Na Terapia Comportamental Dialética Radicalmente Aberta (RO DBT), o papel do terapeuta é frequentemente descrito como o de um “embaixador tribal”. Esse conceito sublinha a importância de o terapeuta modelar comportamentos de flexibilidade, abertura, provocação e brincadeiras para o cliente. A ideia é que o terapeuta, como um embaixador tribal, exemplifique uma maneira de ser que acolhe e valoriza a conexão social, a experimentação e a adaptabilidade.
Uma das formas mais eficazes que o terapeuta pode utilizar para estabelecer essa conexão é através da brincadeira. A brincadeira serve como uma ponte para o relacionamento terapêutico, permitindo que o cliente se sinta mais à vontade e aberto. Quando o terapeuta engaja em brincadeiras de forma terapêutica e adequada, ele demonstra que a terapia não precisa ser um espaço de seriedade constante, mas pode incluir momentos de leveza e humor. Isso ajuda a criar um ambiente onde o cliente se sente seguro para ser ele mesmo, experimentar novos comportamentos e até mesmo cometer erros sem medo de julgamento.
Ao mostrar que erros são aceitáveis e que a bobeira pode ser parte do processo terapêutico, o terapeuta promove uma cultura de aceitação e aprendizado, que seja possível ser generalizada para outros contextos. O humor, nesse contexto, não é apenas uma ferramenta para aliviar tensões, mas também um meio de desafiar percepções rígidas e promover a flexibilidade mental. Quando o terapeuta ri de si mesmo ou envolve o cliente em atividades lúdicas, ele modela a capacidade de não levar tudo tão a sério, o que é um aspecto crucial da RO DBT.
Portanto, ao atuar como um embaixador tribal, o terapeuta da RO DBT utiliza a brincadeira não só para se conectar com o cliente, mas também para ilustrar que a vida pode ser enfrentada com uma atitude de curiosidade, aceitação e diversão. Isso facilita a aprendizagem de novos comportamentos e a adoção de uma postura mais aberta e flexível perante os desafios.